segunda-feira, novembro 21, 2005

NOVA SEMANA DE DISCOS _UM ANO DEPOIS



Impressiona a voracidade do tempo e já lá vão doze meses sobre o começo do Homem Máquina (1º aniversário dia 23 de Novembro) e por aqui passaram nomes e discos que não só são o retrato deste som mais electrónico e do outro que revela o presente da canção pop, como aponta o futuro da música que teima em nascer dos mais poderosos, estranhos e vanguardistas laboratórios da criação electropop do século XXI.
Esta semana o mapa de emissões do HM estabelece 5 programas em horários diferentes em virtude da presença, em programação, das noites europeias da bola, e assim, hoje (21) e Sexta Feira (25), emissão em horário habitual (20/22h) e restantes dias entre as 23(!!) e a 1h da manhã.
Em noite de chegada a nova semana de emissões, os destaques estão com os novos discos dos Rogue Wave, o francês Arthur H, o novo álbum de originais dos noruegueses A-ha, as primeiras apresentações dos Artic Monkeys e Test Icicles, a operação turntable por uns Birdy Nam Nam, ainda e sempre Madonna com belo disco de espelhos para pistas de pop borbulhante e a memória dos dias de 80 com a passagem dos Eurythmics e Human League.


Algumas das novas apostas:

Rogue Wave, Descended Like Vultures

Em menos de um ano os Rogue Wave editam dois belíssimos álbuns de canções pop. Neste segundo disco tentam, todavia, um passo adiante da petição de princípios que era o elegante Out Of The Shadow. As canções nascem da mesma fonte, plenas de referências clássicas nas entrelinhas, mas desta feita respiram uma eloquência instrumental mais evidente, trabalhadas com mais instrumentos e evidente desejo de ir mais longe… Mais uma vez satisfazem e mostram como há ainda beleza a descobrir nas coisas simples, mesmo se maquilhadas com um pouco mais de som.

Artur H, Adieu Tristesse

Apesar da abertura assegurada por nomes como os Air, Etienne de Crecy, Cassius e outros mais, muita da actual música francesa continua a não chegar aos nossos ouvidos. Por isso convém chamar a atenção de todos para um dos mais espantosos discos do ano em terras de França: Adieu Tristesse, o novo do já veterano Arthur H.Ele é um cantautor vesátil, com discos editados desde 1989, numa obra que de si fez já um dos mais reconhecidos autores de um espaço que é habitualmente rotulado como nouvelle chanson. Adieu Tristesse é o seu magnífico décimo álbum de originais e, claramente, o seu maior feito musical até à data. O disco respira as paixões há muito óbvias na obra de Arthur H (Serge Gainsbourg, Tom Waits e um gosto pelo apelo de urgência do it youself apreendido com os Clash), mas resolve-as de uma forma completa e mais pessoal que nunca. Além destas pistas, convoca ainda colaboradores como Feist (num dueto que reinventa uma canção de Eric Satie), M e Jacques Higelin. O álbum sublinha o seu reconhecido gosto pelo teatro e pela poesia. É feito de espaços, de sons e palavras que se cruzam em fabulosas canções. Sussurrante na voz grave, ora falada ora cantada, Arthur H passeia-se por canções texturalmente ricas em acontecimentos, com momentos maiores em pérolas como o tema-título, Ma Dernière Nuit À New York City, The Lady Of Shangai ou Est’ce Que Tu Aimes… O CD inclui um DVD com uma entrevista, um making of do álbum e o teledisco de Est’ce Que Tu Aimes.No site oficial há uma biografia completa, discografia e sons para descobrir este e outros álbuns.Por cá a eventual edição deveria caber à Universal... Que deverá está muito ocupada com os seus Bons Jóvis e Bryanes Adams do costume, e não tem certamente tempo a perder com estas coisas francesas.

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