Cedo foi possível ver na Internet (via site oficial de Madonna) o teledisco de Hung Up. Dirigido por Johan Renck — que, em 1999, dirigira o clip «japonês» de Nothing Really Matters —, Hung Up é uma espécie de celebração global que cumpre uma regra de ouro do universo formal de Madonna: sublinhar o contraste entre a universo solitário da protagonista e o apelo comunitário da sua música.Neste caso, Madonna, vestida de rosa escuro, começa por ensaiar a sua dança num ginásio, ao mesmo tempo que vão emergindo diversos grupos (um deles de crianças) que mimam e reinventam a sua canção, integrando de forma inesperada e irónica alguns signos remotos dos tempos heróicos da breakdance. Com o evoluir do teledisco, a protagonista desdobra-se numa figura de negro que avança pela noite dentro e se vai integrando numa celebração de grupo, embora sem perder a sua duplicidade.Na versão do teledisco (5m 32s), mais longa que a já conhecida «radio edit» (3m 25s) de Hung Up, a passagem das sequências de abertura para a apoteose final é feita por um intermezzo visual e sonoro em que o reforço dos graves vai a par de uma admirável utilização das imagens em câmara lenta. Resumindo, Madonna vem reocupar a linha da frente da actualidade mediática, num gesto de «roubo» exemplar: as marcas visuais de muito hip hop são, aqui, devolvidas à sua sensibilidade mais primitiva e, ao mesmo tempo, reaplicadas na celebração de um ritual puramente pop.
Na semana passada Lisboa foi a capital do mundo pop e recebeu os prémios europeus da MTV e, ainda a propósito da diva, esta apareceu entre os muitos cromos da caderneta de heróis (menores) de 2005, mas todos os olhos e ouvidos se concentraram na emissão televisiva e até a rádio (antena3 e antena1/açores tiveram honras de exclusivo nacional) levou as canções e as histórias do grande circo montado no Pavilhão Atlântico. Tudo correu bem. Produção espantosamente eficaz. Emissão como se desejava.Madonna, a abrir, esmagou a concorrência e assinou o momento da noite. Os Gorillaz, mesmo virtuais, foram também dignos dos elogios de um pavilhão onde, espantosamente, havia espaço para muito mais gente, cadeiras vazias entre os vipes (uns ausentes, outros, muitos, no bar) e espaço enorme por encher na plateia. Enfim... coisas que um promotor de espectáculos não faria da mesma maneira! As restantes actuações... para MTV ver. E está tudo dito, que o entusiasmo musical, a modernidade, a criatividade, não moram hoje, decididamente, por ali.
Esta Quinta Feira, no HOMEM MÁQUINA o grande prémio é a revelação do novo álbum de Madonna.Confessions On A Dancefloor assinala o regresso da senhora e hoje tocamos 2 temas inéditos (que não o actual single) do novo disco que tem edição mundial prevista para 14 de Novembro.Uma prenda para os fãs da cantora que desta vez aponta baterias ao mercado europeu com o ressurgimento da receita disco pop de uns Abba ou de uma Donna Summer de finais de 70, mas agora com produção digital capaz de transformar um disco numa viciante proposta para descobrir primeiro nas noites internacionais da antena1.
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